Fonte Coberta

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Portugal Fonte Coberta 
  Freguesia portuguesa extinta  
Igreja de Fonte Coberta
Igreja de Fonte Coberta
Igreja de Fonte Coberta
Símbolos
Bandeira de Fonte Coberta
Bandeira
Localização
Fonte Coberta está localizado em: Portugal Continental
Fonte Coberta
Localização de Fonte Coberta em Portugal Continental
Mapa
Mapa de Fonte Coberta
Coordenadas 41° 29' 02" N 8° 33' 32" O
Município primitivo Barcelos
Município (s) atual (is) Barcelos
Freguesia (s) atual (is) Carreira e Fonte Coberta
História
Extinção 28 de janeiro de 2013
Características geográficas
Área total 2,05 km²
População total (2011) 582 hab.
Densidade 283,9 hab./km²

Fonte Coberta é uma povoação portuguesa do Município de Barcelos que foi sede da extinta Freguesia de Fonte Coberta, freguesia que tinha 2,05 km² de área²)[1] e 582 habitantes (2011)[2], e, por isso, uma densidade populacional de 283,9 hab/km².

A Freguesia de Fonte Coberta foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à Freguesia de Carreira, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Carreira e Fonte Coberta com sede em Carreira.[3]

População[editar | editar código-fonte]

População da freguesia de Fonte Coberta (1864 – 2011) [4]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
220 247 225 226 242 287 300 375 417 467 459 559 600 609 582

Localização[editar | editar código-fonte]

Fica a sudoeste da sede de município a uma distancia de 10km. É uma pequena localidade cujo território se alonga no sentido Norte-Sul, de orografia não muito acidentada. A sua área de 142 hect. ocupa uma zona levemente ondulada na vertente norte e oeste do pequeno outeiro que vai do monte de Airó ao Monte da Saia e divide a bacia orográfica do Cávado da do Este.

É atravessada pela Estrada Nacional nº 4 de Famalicão a Barcelos, com o apeadeiro de Carreira, e linha férrea do Minho e Douro. O túnel entre as estações de Nine e Midões fica nesta localidade.

Situando-se a sudeste de Barcelos, tem como freguesias vizinhas Moure, a norte e Sequeade e Cambeses (Barcelos) a nascente, Silveiros e Carreira (Barcelos) a Sul e a Poente, com Rio Covo Santa Eulália.

Existe do lado nascente da igreja Paroquial, e pouco distante desta, uma Fonte com a designação de «Fonte Coberta» a qual deu o nome à localidade. Nesta fonte nasce um pequeno regato que banha a povoação.

História[editar | editar código-fonte]

Era uma Reitoria da Apresentação do Arcebispo de Braga e foi, além disso Comenda da Ordem de Cristo.

Nas inquirições Afonsinas de 1220 e 1258 vem referida como “Sancto Romano de Fonte Cooperta “, situando-se nas Terras de Faria.

No lugar de S. Paio, na extremidade da freguesia, partilhada com Moure, existiu outrora um templo da invocação da Ordem de Cristo.

Associação Desportiva Recreativa e Cultural[editar | editar código-fonte]

A Associação Desportiva Recreativa e Cultural de Fonte Coberta (ADRCFC) foi fundada a 29 de Agosto de 1984, contando, em Janeiro de 1997 com 300 sócios inscritos.

Dedica-se sobretudo ao futebol na Liga Popular de Barcelos e, esporadicamente, ao atletismo.

Na época 2010/11 sagra-se campeão da 2ª divisão, sob o comando do treinador Alcides. Mantém-se na primeira divisão por duas temporadas, porém volta à segunda divisão na época 2014/15. Nos anos que se seguem vai alternando entre a primeira e a segunda divisão.[5]

Emblema da ADRCFC

Turismo[editar | editar código-fonte]

O Estabelecimento de Turismo Rural com um caris cultural e histórico é toda construída em pedra, foi construída por um brasileiro, grande benemérito do hospital de Barcelos. No exterior existem inscrições nas paredes que a datam de 1861. As arcadas escondem ninhos de andorinha e o actual dono da casa os quis preservar. Artur Saldanha era o anfitrião. E um verdadeiro contador de historias, na qual conhecia todo o pais porque durante mais de trinta anos andou a vender lanefícios. Esta casa é servida por uma horta com diversas culturas hortícolas e com pomar também ele com uma diversidade de frutos; o lugar é calmo e seguro, a sua fonte de água cristalina e o doce afecto da sua hospitalidade, o bom vinho que aqui se produz e os petiscos ao fim da tarde são boas razões para aqui ficar.

A visitar:

  • Festa do Padroeiro S. Romão
  • Festa do Menino Jesus
  • Turismo Rural
  • Nicho arqueológico do Montinho
  • Fontanários
  • Igreja Matriz
  • Cruzeiro
  • Turismo Rural

Tradição Vinícola[editar | editar código-fonte]

Esta localidade é em grande parte produtora dos vinhos verdes que se reconhecem em Portugal e no estrangeiro. Na segunda metade do Século XX era possível encontrar vários pequenos produtores de vinho, que o produziam para consumo próprio e para venda local.

Quinta do Tamariz[6][editar | editar código-fonte]

A Quinta do Tamariz localiza-se em pleno coração da Região do Vinho verde e é atualmente explorada pela família Borges Vinagre há mais de 4 gerações. Possui cerca de 30 hectares, dos quais 16 são dedicados à vinha, sendo os restantes de floresta.

No início do século XX, em 1928, António Nunes Borges — um dos fundadores do Banco Borges e Irmão, então já com 96 anos, adquiriu em Carreira (Barcelos) a Quinta da Portela, a que mais tarde junta a Quinta de Cantim (em Fonte Coberta) como prenda de casamento para a sua filha Lúcia. Entre os anos 1930 e 1940, a filha do banqueiro, Lúcia Brenha Borges e o marido, Delfim Vinagre, acrescentaram várias parcelas à propriedade, que passou a chamar-se, a partir de 1942, Quinta do Tamariz.

Em 1981 passa administrada por António Borges Vinagre e pela sua esposa, Maria Francisca. Apenas após um ano depois de ter assumido a administração da quinta, António Vinagre promove uma reestruturação de todas as vinhas, acrescentando novas castas à produção (até aí a produção estava focada no Loureiro (casta)), onde se incluem o Alvarinho, a Touriga nacional, o arinto e o vinhão. Abre, também, o leque de oferta, passando a produzir Vinho tinto, Vinho rosé, espumantes, Aguardente velhas e até pét-nat. Entretanto, torna-se o primeiro a produzir um vinho 100% da casta Loureiro, o Quinta do Tamariz Loureiro 1986.

Nos anos seguintes passa a oferecer várias marcas destinadas ao mercado consumidor, entre quais a Quinta do Tamariz, o Casa de Landeiro, Pigeiros, Vinha de Cantim, entre outras.

Em 2017 revitaliza a marca, com nova enologia, novos rótulos e com um projeto de Enoturismo. Decide deixar de vender os vinhos em super e hipermercados, focando-se em produzir vinhos de qualidade, usando apenas uvas próprias, selecionadas manualmente ainda na vinha e limita a produção anual a 130 mil garrafas.

Em 2018 lança a aguardente vínica mais velha da região dos Vinhos Verdes a ser engarrafada e disponibilizada ao mercado, resultado de um trabalho que começou a ser desenvolvido em 1951.

Em 2023 António Barros Cardoso, professor doutorado e historiador da Faculdade de Letras, da Universidade do Porto escreve “Quinta do Tamariz – Lugar de Vinhos com História”, um livro com mais de 300 páginas onde o historiador revela registos sobre a produção de vinho naquele local, já desde 1548. Na sequência da atribuição da Comenda de Fonte Coberta a Miguel de Castanhoso, por D. João III, a propriedade tinha uma casa-torre de dois sobrados, equipada com lagar e adega, e uma vinha que empregava 75 homens[7]. Francisco Furtado de Castro do Rio de Mendonça, Visconde de Barbacena, foi o último comendador a administrar a quinta, que depois de 1834 teve vários proprietários até chegar à atual família proprietária[8].

Para além da produção vinícola, a Quinta do Tamariz possui um dos mais antigos viveiros de plantas do Norte do país, com mais de três centenas de espécies, totalizando mais de cinco mil plantas[9].

Património[editar | editar código-fonte]

  • Festa do Padroeiro S. Romão
  • Fonte Coberta
  • Casa do Eido (Turismo Rural)
  • Nicho do Senhor da Boa Morte
  • Fontanários
  • Igreja Matriz
  • Cruzeiro
  • Senhora dos Caminhos
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Pessoas Ilustres[editar | editar código-fonte]

- Manuel Gomes de Araújo, Ministro de Oliveira Salazar durante o Estado Novo

Referências

  1. Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2012.1
  2. «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Norte". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 6 de Março de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2013 
  3. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
  4. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  5. «Associação Desportiva Recreativa e Cultural de Fonte Coberta :: Palmarés AFP Barcelos 2ª Divisão :: zerozero.pt». www.zerozero.pt. Consultado em 10 de maio de 2024 
  6. Sérgio, Ana Isabel Pereira, José (23 de fevereiro de 2024). «Cinco séculos de história da Quinta do Tamariz e um mergulho no passado dos Vinhos Verdes». PÚBLICO. Consultado em 9 de maio de 2024 
  7. «Quinta do Tamariz aponta caminhos à Região dos Vinhos Verdes». Diário do Minho. 19 de fevereiro de 2024. Consultado em 9 de maio de 2024 
  8. «"Os vinhos vendem-se com a sua história" - Correio do Minho». correiodominho.pt. Consultado em 9 de maio de 2024 
  9. Portugal, Rádio e Televisão de. «A Sinfonia das Árvores, Prados Invictos, O Set da Vitória - Outras Histórias - Informação - Actualidades - RTP». www.rtp.pt. Consultado em 9 de maio de 2024 
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