Rubaiyat

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Página de um manuscrito do Rubaiyat de Omar Caiam. Caligrafia e ornamentação de William Morris, ilustração de Edward Burne-Jones

Rubaiyat foi o título dado pelo inglês Edward FitzGerald para na tradução de uma seleção de poemas, originalmente escritos em persa e atribuídos a Omar Caiam (1048 - 1131), um poeta, matemático e astrônomo da Pérsia. Um ruba'i é uma estrofe de duas linhas, com duas partes (hemistíquos) cada, daí o nome Rubaiyat (quarteto), derivado da palavra "quatro" em árabe.[1]

Rubaiyat ou o êxtase do vinho[editar | editar código-fonte]

A poesia de Rubaiyat ou Ruba'iyat canta a existência humana, a brevidade da vida, o êxtase e o amor. Omar Caiam desenvolveu em sua obra poética a concepção do êxtase do vinho como transcendência do homem.

O poeta inglês Edward FitzGerald (1809 - 1883) foi o responsável por tornar conhecido o Rubaiyat, a traduzi-lo e publicá-lo em 1859. A tradução de Fitzgerald tornou-se bastante popular no século XIX, com reedições em 1868, 1872, 1879 e 1889.

A leitura de que Omar Caiam seria um poeta sufi foi erguida por J. Nicolas, em 1867. Segundo esta interpretação, a filosofia sufi estaria representada de forma simbólica nas imagens da obra - a taberna seria o templo; a divindade seria o vinho; a copeira seria a religião; o cálice, o universo; e a embriaguez o Êxtase Místico.

Rubaiyat de Fernando Pessoa[editar | editar código-fonte]

Fernando Pessoa numa taberna de Lisboa, em 1929.

Fernando Pessoa foi fortemente influenciado pelo Rubaiyat do grande poeta clássico iraniano Omar Caiam, o qual leu na tradução inglesa de Edward Fitzgerald.[2] O volume do Rubaiyat que pertenceu a Fernando Pessoa permanece na sua biblioteca particular, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. Este exemplar, publicado em Leipzig, em 1928, é de grande interesse para os estudiosos pessoanos, pois está sublinhado e anotado a lápis pelo poeta, contendo ainda inscritos alguns "rubai" da sua autoria.[3] Fernando Pessoa compôs também o seu Rubaiyat, "Canções de Beber" inspiradas no poema homónimo de Omar Caiam.[4] Em vida, Fernando Pessoa publicou apenas três "rubai", com o título "Rubaiyat", no último número da revista Contemporanea, dirigida pelo seu amigo José Pacheco, em Julho de 1926 (p. 98).[5]

Traduções para Português do Rubaiyat[editar | editar código-fonte]

Brasil

  • Rubáiyát, Omar Kháyyám, versão port. Octavio Tarquinio de Sousa,3.a ed. Rio de Janeiro: Liv. José Olympio, 1938.
  • Rubaiyat de Omar Khayyam e meus haikais, trad. Eno Theodoro Wanke. 2.a edição. Santos: Of. Horácio Reis & Cie. Lda. 1959.
  • Rubaiyat, Omar Khayyam, trad. Manuel Bandeira. Rio de Janeiro: Eds. de Ouro, 1966.

Portugal

  • Rubaiyat, Omar Khayyam, versão de Fernando Couto, pref. E. M. de Melo e Castro. Lisboa: Moraes, 1960.
  • Rubaiyat: odes ao vinho, Omar Khayyam, versão de E.M. de Melo e Castro. Lisboa: Moraes. 1970.
  • Rubaiyat, "Odes ao vinho", Omar Khayyam, versão de Fernando Couto, pref. E. M. de Melo e Castro. Lisboa: Moraes, 1982.
  • Rubaiyat: odes ao vinho, Omar Khayyam, trad. Fernando Castro, pref. E. M. de Melo e Castro. Lisboa: Estampa, 1990. ISBN 972-33-0265-9.
  • Rubaiyat: odes ao vinho, Omar Khayyam, trad. Fernando Castro, 3.a ed. Lisboa: Estampa, 1999. ISBN 972-33-0265-9.
  • Rubaiyat: celebração da vida, Omar Khayyam, trad. A. César Rodrigues. Queluz: Coisas de Ler, 2002. ISBN 972-8710-06-2.
  • Rubá'iyat, Umar-I Khayyãm, apres. Maria Aliete Galhoz, selec., trad. e notas Halima Naimova, rev. António Lampreia. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009. ISBN 978-972-37-1316-9.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. Rubaiyat, Omar Khayyam. Clássicos do Oriente. Editora EKO, 2007.
  2. Márcia Manir Miguel Feitosa, Fernando Pessoa e Omar Khayyam: o Ruba'iyat na poesia portuguesa do século XX, Márcia Manir Miguel Feitosa. São Paulo: Giordano, 1998.
  3. Uma cópia do exemplar do Rubaiyat em Inglês, que pertenceu a Fernando Pessoa, pode ser descarregada da Biblioteca Digital da Casa Fernando Pessoa.
  4. Rubaiyat: poemas de Fernando Pessoa, ed. de Maria Aliete Galhoz. Lisboa: INCM, 2008. ISBN 9789722716543.
  5. Compemporanea, 3.ª série, n.º 3, Julho - Outubro de 1926.
  6. Fonte: Biblioteca Nacional de Portugal.