Francisco Libânio Colás

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Francisco Libânio Colás
Informação geral
Nome completo Francisco Libânio Colás
Nascimento c. 1830
Local de nascimento São Luís, MA
Brasil
Morte 9 de fevereiro de 1885 (55 anos)
Local de morte Recife, PE
Nacionalidade brasileiro
Ocupação(ões) Músico

Francisco Libânio Colás (São Luís, c. 1830Recife, 9 de fevereiro de 1885) foi um compositor, maestro, violinista, trompetista, flautista e arranjador brasileiro,[1] sendo considerado o primeiro músico maranhense a ter uma carreira nacional e um dos precursores do nacionalismo folclorista no país.[2]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Francisco Libânio Colás provavelmente nasceu no ano de 1830, filho do empresário teatral, clarinetista e mestre-de-capela português Francisco Antônio Colás, conhecido como Chico da Música, e Jerônima Maria Colás. Entre seus irmãos, havia três músicos: o trompista Carlos Antônio Colás, o flautista e clarinetista Ezequiel Antônio Colás e o clarinetista Francisco Antônio. Na década de 1850, Francisco Libânio mudou-se para Pernambuco, tendo vivido entre 1874 e 1875 em Salvador.[1]

Casou-se com Rufina de Oliveira, tendo sido amigo de Alberto Nepomuceno e de José Fachinetti.[1]

Carreira musical[editar | editar código-fonte]

Tendo estudado música em casa com seu pai, aos 15 anos tocava violino e trompete nos grupos musicais de São Luís.[2] [[

Segundo o padre Jaime C. Diniz, Francisco Libânio Colás compôs "uma vastíssima obra", principalmente peças religiosas e operetas, infelizmente perdida. Sabe-se que também compôs muitas peças populares, em particular polcas, às quais há referência no romance "O mulato", de Aluízio Azevedo.[1] Segundo Cernicchiaro, Francisco Libânio escreveu as operetas "Meus olhos! Meu nariz! Minha boca!", "Uma Véspera de Reis", "Sete passos" e "Viveiro do Frei Anselmo", enquanto o pesquisador Renato Almeida acrescenta à lista "Horas de humor". Dentre as composições populares, os destaques são o "Tango do Clube do Junco", a polca "Os reis da Lapinha" e a quadrilha-lundu-tango "Crioula", que o maestro Guerra Peixe se orgulhava de possuir em seu arquivo.[1]

Em 1854, após trabalhar com a atriz Carmela Lucci, era considerado o melhor arranjador de teatros de São Luís. Nesta época, regeu diversas óperas italianas. Quando morou em Salvador, entre 1874 e 1875, Francisco Libânio foi o regente da orquestra do Teatro São João, tendo estreado com sucesso sua opereta "Uma Véspera de Reis", com texto de Artur Azevedo e cujo papel principal fora interpretado por Xisto Bahia.[1] Dirigiu, ainda, temporadas no Teatro São Luiz, em São Luís, e no Teatro Santa Isabel, no Recife,[2] sendo o responsável pela apresentação de estreia do Theatro da Paz, em Belém.[3]

Legado[editar | editar código-fonte]

Em 2010, o pesquisador João Berchmans Carvalho produziu um artigo acadêmico detalhando os fatos conhecidos da vida de Francisco Libânio Colás e, em particular, detalhando suas apresentações da opereta "Uma Véspera de Reis".[3] A mesma obra foi objeto, ainda, de estudo acadêmico na Universidade Estadual de Feira de Santana, em 2021, que produziu uma edição crítica da obra e um documentário audiovisual.[4] Em 2014, o pesquisador Alberto Dantas Filho realizou em tese de doutorado pela Universidade NOVA de Lisboa um estudo do "Mottetos a tres vozes" de Francisco Libânio.[5]

Referências

  1. a b c d e f «Francisco Libânio Colás». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 3 de julho de 2023 
  2. a b c «Francisco Libânio Colás». Arquivo Público do Estado do Maranhão. Consultado em 3 de julho de 2023 
  3. a b Carvalho, João Berchmans (14 de setembro de 2010). «A Comédia Musical Uma Véspera de Reis de Francisco Libânio Colás (1830-1885): do contexto à edição musical». UFBA. ICTUS - Periódico do PPGMUS-UFBA. 10 (2). ISSN 2238-6599. doi:10.9771/ictus.v10i2.34346. Consultado em 3 de julho de 2023 
  4. Oliveira, John W. G.; Amaro, Vinícius B. (9 de novembro de 2022). A comédia musical “Uma Véspera de Reis” e seu contexto histórico-musical. XXV Seminário de Iniciação Científica da UEFS. Universidade Estadual de Feira de Santana. Consultado em 3 de julho de 2023 
  5. Filho, Alberto Dantas (1 de janeiro de 2014). «A Grande Música do maranhão Imperial - Os "Dous psalmos", de Leocádio Rayol e os "Mottetos a tres vozes", de Francisco Libânio Colás». Universidade Nova de Lisboa. 3. Consultado em 3 de julho de 2023