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User:A.WagnerC/Lupe Cotrim

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A.WagnerC/Lupe Cotrim

Lupe Cotrim or Lupe Cotrim Garaude; born Maria José Cotrim Garaude (São Paulo, March 16, 1933 – Campos do Jordão, February 18, 1970) was a Brazilian poet and university professor.[1]

She is a prominent figure among the Brazilian poets who emerged in the second half of the 20th century. With a philosophical background, her work is marked by cultured, aristocratic and sober language, in which he resorted to symbols and metaphors to express herself, doing so with remarkable economy of words. Lupe Cotrim developed her own and independent path, moving from confessional and intimate poetry to poetry marked by social criticism. As a teacher, she taught in the early years of the School of Communications and Arts at the University of São Paulo (ECA/USP), whose academic center bears her name - Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC).

Lupe Cotrim died at the age of 36 from cancer.[2] Since 2007, the Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) has been the repository of the collection of the teacher-poet.[3]

Trajectory

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Maria José Cotrim Garaude is the daughter of Maria de Lourdes Lins Cotrim and doctor Pedro Garaude. Born on March 16, 1933, in the city of São Paulo; she was nicknamed Lupe since she was a child, a reference to the first syllables of her parents' given names. Lupe Cotrim moved with her family to Araçatuba and spent her childhood there.[2] After her parents' separation, Lupe and her mother moved to the city of Rio de Janeiro, where she studied at Colégio Bennett. In 1949, she moved back to São Paulo to be closer to her father and integrate into the paulista cultural environment.[4]

Lupe completed her secondary studies at Colégio Des Oiseaux and finished, in 1952, his first graduation in the Librarianship and Culture course at Instituto Sedes Sapientiae in São Paulo. Still in the 1950s, she studied literature, languages, arts and opera singing.[5]

Between 1961 and 1963, Lupe presented, with the journalist Joaquim Pinto Nazário, the TV program A Semana Passada a Limpo,[6] in which they addressed facts that occurred during the week in the fields of politics, literature and the arts. Previously, she produced and presented, together with the writer Helena Silveira, the program Mulher, Confidencialmente (Woman, Confidentially), both aired by São Paulo television channels.[7] Lupe Cotrim worked at Caixa Econômica Federal, between 1963 and 1967, at the invitation of Joaquim Pinto Nazário, then vice-president of the bank.[8] She also worked as an actress by making a brief appearance in A Morte da Strip-Teaser (1969), the first short film by director Eduardo Leone, at the time her student.[9]

At the age of 30, with four books published and the fifth on the way, Lupe Cotrim took the exams to take a degree in Philosophy at the Faculty of Philosophy, Sciences and Letters of the University of São Paulo (USP).[10] She joined the course in 1963 and graduated in 1966.[5] Lupe Cotrim sought in Philosophy conditions of possibility to reflect on language, rethink the effusion of the lyrical self in her writing and better understand the world.[11] During that period, based on the works of Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto and Francis Ponge, Lupe scrutinized possibilities for a certain type of "phenomenological poetry".[12]

In correspondence with the poet Carlos Drummond de Andrade, her friend and interlocutor, Lupe wrote that:

I entered the Faculty of Philosophy, I had been dating it from afar for years. My realization as a poet will only come true to the extent of my conception of the world - I want to give [my poetry] the objectivity it needs. [And communicated to her friend:] You can't imagine how admired and loved you are among the professors (all young, cultured, intelligent, a Brazil that gives rise to the greatest hope). His poetry is felt and understood deep down.[12]

At the same university, Lupe began her doctorate in Aesthetics,[13] under the guidance of Gilda de Mello e Souza, with research on the poetics of the French writer Francis Ponge, however, due to her premature death - in 1970 due to cancer -, she did not complete it.[14][12]

Poetic Path

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Lupe Cotrim em mostra de poemas, 1961

Among the Brazilian poets who emerged in the second half of the 20th century, Lupe Cotrim is a prominent figure. With a work marked by cultured, aristocratic and sober language, she resorted to symbols and metaphors, expressing herself with remarkable economy of words.[15]

Initially, her work was marked by formalist subjectivism and the attachment to the sublime of the poets of the 1945s, however, Lupe developed her own and independent path, moving from confessional and intimate lyricism to poetry marked by social criticism, in which an elliptical and anti-oratory language emerges.[16]

Her debut book, Monólogos do Afeto (1956),[17] it was well received by critics and considered one of the year's top poetry releases.[18] During that period, Lupe Cotrim traveled to Rio de Janeiro to publicize her work and met writer Carlos Drummond de Andrade, with whom she cultivated dialogue and exchanged letters.[19] De 1956 até 1970, lançou mais seis obras, dentre elas, Entre a Flor e o Tempo: Poesia (1961) que trouxe texto de orelha escrito pelo jornalista e escritor Cassiano Ricardo, apresentando a obra como uma "fascinante aventura lírica".[20]

Poemas ao Outro, publicado em 1970 pelo Conselho Estadual de Cultura, com prefácio do escritor André Carneiro, evidencia preocupação social, ressoando uma exigência ética presente na cultura brasileira dos anos 1950-1960.[21][22] A obra recebeu o Prêmio Jabuti,[23]o Prêmio Governador do Estado e o prêmio de Poesia da Fundação Cultural do Distrito Federal.[24]

Realizou também, em parceria com José Arthur Giannotti, a tradução do ensaio Ciências Humanas e Filosofia do filósofo e crítico francês Lucien Goldmann.[25] Após o falecimento de Lupe Cotrim, foram publicadas mais duas obras suas: Obra Consentida (1973), composta por uma seleção de poemas dos seus cinco primeiros livros e a antologia Encontro (1984), organizada por seu filho Marco Giannotti e com resenha crítica do professor e poeta Cacaso.[26]

Influências

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Lupe Cotrim considerava-se poeta pós-drummondiana, tendo sido influenciada pela poesia de Carlos Drummond de Andrade.[27][28] Ao refletir sobre suas obras, considerou a primeira fase da sua produção poética "ultrapassada" e afirmou que "com Inventos, começou uma nova época da poesia em mim. Deixei de me ver, de me mostrar procurando dar nova faceta de minha poesia."[29]

A partir das epígrafes de seus dois primeiros livros, é possível constatar influências de trovadores provençais como Ranier Maria Rilke, Giraut de Borneil, Paul Verlaine, Rabindranath.[30][31] Entre os hispânicos, Juan Ramón Jimenez era um de seus poetas prediletos tendo repercutido em suas primeiras poesias. Dele, Lupe Cotrim selecionou poemas que foram publicados no jornal O Estado de S. Paulo. Dentre os brasileiros estão Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, entre outros.[32][33]

Em suas leituras, Lupe Cotrim enveredava por áreas como Literatura, Filosofia e Ciências sociais, estudando textos de psicanálise, do feminismo ensaístico de Simone de Beauvoir e obras de autores como Michel Foucault, Merleau-Ponty, Karl Marx, Heidegger e Lévi-Strauss.[34]

Recepção Crítica

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Suas obras foram elogiadas por jornalistas, críticos literários e escritores, como César Leal,[35] Lygia Fagundes Telles[35] e Cacaso.[36]

Em 1983, ano do cinquentenário do nascimento de Lupe Cotrim, Renata Pallottini, poetisa e também sua amiga, dedicou-lhe uma poesia:[37]

Todo poeta é uma flor que permanece/Espada aérea e franca/Contra a morte. Todo poeta é uma cor que permanece/No olhar sobrevivente/E na luz das manhãs que voltam sempre/Lupe/Lume de azul/Longe beleza/ Antena sobre o espaço/E carne quente/Sílaba proferida, pesadelos/A transitoriedade que se esquece/Na luta pela vida/Passageira/Todo poeta é uma dor que permanece.[38]

Docência

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Em 1968, Lupe Cotrim foi convidada pelo professor Julio Garcia Morejón, diretor da então Escola de Comunicações Culturais, posteriormente renomeada Escola de Comunicações e Artes, para integrar a equipe de professores fundadores desta Escola. Assumiu a cadeira de Estética no Departamento de Estudos Históricos e Filosóficos, posteriormente nomeado Departamento de Comunicações e Artes.[8][39]

Sua notável atuação diante dos desafios da recém-criada unidade da USP e, ao mesmo tempo, da conjuntura política adversa que o país atravessava mobilizou os estudantes a homenagearem-na, nomeando, em 1970, o centro acadêmico da escola Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC).[40][41]

Ismail Xavier, professor universitário e também ex-aluno de Lupe Cotrim, observa que a professora-poeta conduzia o diálogo com os estudantes de modo hábil e sensível, exprimindo seu modo de ser e estar no mundo. Para ele,

Ela deixou a sua marca e sua inspiração como poeta, professora, alguém cujo diálogo franco gerou debates em que ela se expôs daquela forma intensa que lhe era característica, e nos fez viver com maior profundidade o momento cultural, seja na discussão de exposições de arte, em particular a Bienal de São Paulo, de filmes, de peças, tudo feito de modo a conectar a reflexão mais conceitual sobre as artes e o curso de estética à atividade crítica dirigida ao contemporâneo.[42]

Obras

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Publicou sete livros de poesia lírica entre os anos de 1956 e 1970 e teve duas obras publicadas postumamente, são elas:

  • 1984: Encontro (Brasiliense) - Antologia de poemas selecionados por Marco Giannotti.[43]
  • 1973: Obra Consentida (Brasiliense)[44]
  • 1970: Poemas ao Outro (Conselho Estadual de Cultura) [22]
  • 1967: Inventos: poesia (José Olympio)[45]
  • 1964: O Poeta e o Mundo: Poesia (José Olympio)[46]
  • 1963: Cânticos da Terra (Massao Ono)[47]
  • 1961: Entre a Flor e o Tempo: Poesia (José Olympio)[20]
  • 1959: Raiz Comum (Civilização Brasileira)[31]
  • 1956: Monólogos do Afeto (Edigraf)[17]
  • 1969 – Prêmio Governador do Estado, categoria poesia - Com a obra Poemas ao Outro.[48]
  • 1969 – Prêmio de Poesia da Fundação Cultural do Distrito Federal.[49]
  • 1970 – 12º Prêmio Jabuti, categoria Poesia - Com a obra Poemas ao Outro (póstumo).[23]
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Ligações externas

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