Modesto Brocos

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Modesto Brocos y Gómez
Modesto Brocos
Autorretrato de 1882
Nascimento 9 de fevereiro de 1852
Santiago de Compostela, Galiza
Morte 28 de novembro de 1936 (84 anos)
Distrito Federal, Brasil
Nacionalidade espanhol
Ocupação desenhista
gravurista
pintor

Modesto Brocos y Gómez (Santiago de Compostela, 9 de fevereiro de 1852Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1936) foi um pintor, desenhista e gravador espanhol radicado no Brasil definitivamente a partir de 1890.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era irmão do famoso escultor Isidoro Brocos y Gómez que foi seu primeiro professor na Academia de Belas Artes da Corunha.

Terminados os estudos, aos dezoito anos, pretendeu ganhar a vida na Argentina, mas dois anos depois estava no Brasil ilustrando o semanário O Mequetrefe, no Rio de Janeiro. Introduziu no país a técnica da xilogravura aplicando-a em sua ilustrações.

Em 1875, inscreveu-se como aluno livre na Academia Imperial de Belas Artes onde recebeu os ensinamentos de Vítor Meireles e de Zeferino da Costa.

De gênio irrequieto, não demorou dois anos no Brasil, transferindo-se para Paris e ingressando Escola de Belas Artes onde teve como mestre o alemão Henri Lehmann. Não suportou o tipo de ensinamento recebido e logo transfere-se para Madrid e da capital espanhola novamente para Paris e logo em seguida para Roma, onde encontrou seu protetor e professor, o artista espanhol Francisco Pradilla. Frequentou por cinco anos a Accademia Chigi até 1890. Nessa época já era um artista maduro, autor de excelentes obras e frequentador do Salon parisiense. Na condição de pintor com formação completada, retorna ao Rio de Janeiro a convite de Rodolfo Bernardelli então diretor da Escola Nacional de Belas Artes, sucessora da velha Academia Imperial.

Depois de naturalizar-se brasileiro, o que conseguiu com muita rapidez, foi nomeado professor de desenho de modelo vivo da Escola Nacional de Belas Artes matéria que lecionou de 1891 a 1896.

Em muitos dos seus trabalhos como pintor e gravador fixou com realismo os tipos e as cenas brasileiras.

Praticou diversos gêneros de pintura e foi autor de livros como A questão do ensino de Bellas Artes (1915) e Retórica dos pintores (1933).

Obras[editar | editar código-fonte]

O quadro A Redenção de Cam, composto por quatro pessoas em frente a uma casa humilde, também simboliza a tese de branqueamento, posteriormente adotada como ideal de formação nacional, proposta por João Baptista de Lacerda e apresentada em Londres, juntamente com essa pintura acrescida pela legenda:

A Redenção de Cam, pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes, estampa uma senhora preta em pé e em gesto de agradecimento aos céus por alguma prece atendida, ao lado da jovem negra, provavelmente filha dela, e do neto branco, cor também do genro.[1] O nome da obra é uma referência a Cam, personagem do Livro do Gênesis cuja maldição feita pelo pai, Noé, teria, segundo as teorias racistas da época, condenado os descendentes à cor negra e à escravidão.[1]

Camponesa
Gravura do imperador Dom Pedro II (c. 1885).
Engenho de mandioca, 1892.
A Redenção de Cam, 1895.
Olevano, 1899.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • LEITE, José Roberto Teixeira. Pintores espanhóis no Brasil, São Paulo, Espaço Cultural Sérgio Barcellos, 1996.

Referências

  1. a b c Seyferth, Giralda (junho de 2011). O futuro era branco Arquivado em 4 de março de 2016, no Wayback Machine.. Revista de História da Biblioteca Nacional, n.69, acesso em 17 de junho de 2011

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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